quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A irracionalidade do materialismo

Do ponto de vista existencial, a tese do materialismo e, portanto, da finitude da consciência é irracional. A questão é que, neste caso, teríamos que assumir que determinadas pessoas foram "eleitas", desde o nascimento, a terem uma vida melhor do que outras.

Eis alguns exemplos:

1) Uma pessoa nasce numa família estruturada que lhe dá condições da melhor formação educacional, cultural e social. Já um outro indivíduo nasce num ambiente mais inóspito, em condições desfavoráveis.

2) Um indivíduo nasce gênio superdotado, com inteligência acima da média; um outro tem retardo mental, com extrema dificuldade de raciocínio e elaboração de pensamento.

3) Um sujeito, ao final da vida está feliz e sereno, com a sensação de dever cumprido e tem um desfecho tranquilo, durante o sono, em atmosfera de paz. Já outra pessoa sofre acidente e falece de modo trágico, deixando um rastro de incomprensões e incompletudes para trás.

Conclusão: podemos enumerar inúmeros exemplos que mostram a deficiência do materialismo (da ideia de que a existência da personalidade termina junto com o corpo biológico) na explicação da vida humana.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Jung e o inconsciente

Lendo Jung é possível perceber o nível do alcance superior de suas ideias se comparado a outros psicólogos históricos. Mas ainda tem aquele hábito de usar a ideia de inconsciente para explicar os fenômenos parapsíquicos.

sábado, 24 de setembro de 2016

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Maturidade dos eleitores

O cidadão-eleitor que vota num candidato em troca de favores, cargos ou dinheiro, não tem nenhuma moral para reclamar sobre a corrupção, pois já é participante desta desde o começo.

A qualificação do(a) eleitor(a) requer uma dessensibilização em relação aos discursos políticos emociogênicos e maior sensibilização para os discursos racionais e realistas.


domingo, 28 de agosto de 2016

"Quando as Luzes se Apagam". Crítica.

Assisti ao filme Quando as Luzes se Apagam ("Lights Out"). Costumo fazer concessão aos filmes com temática sobrenatural, pois entendo que é um gênero difícil. Achei que esse estava indo bem mas derrapou completamente no final. A derrapada está em não assumir a existência das consciexes (espíritos) e deixar margem para a ambiguidade.

Ao final, a atitude tomada pela mãe de Rebecca para por fim também a Diana, a meu ver, foi uma péssima solução do roteirista. Isso porque perdeu-se ali uma grande oportunidade de se criar um turning point, uma solução dramática muito mais profunda da situação.

Ao meu ver, a opção pela "morte" de um personagem, muitas vezes, é uma solução fácil que apela para um impacto emocional superficial. É uma simplificação, quando ou não se sabe o que fazer ou não se quer arcar com uma saída mais digna. Por exemplo, poderiam ter abordado a reciclagem de Diana e da mãe de Rebecca. Mas, talvez, fosse esperar muito do roteiro. O problema é que filmes com desfechos elevados acabam se tornando um referencial e há um aumento do nível de exigência dos cinéfilos. Lembram do final de O Sexto Sentido?

Por quê, em muitos filmes atuais, parece haver uma fuga de desfechos maduros? O problema parece ser que a maturidade e a moralidade deixaram de ser um valor para o cinema atual.

Além disso, a "solução" encontrada no roteiro parece deixar uma situação propositalmente ambígua: "afinal, Diana tem existência própria ou apenas é um produto da mente?".

Ao final, conclui-se que, ao modo de tantos outros filmes do gênero, Lights Out tem mais a intenção de assustar do que explicar.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Documentário.

Há alguns dias assisti o documentário Chico: Artista Brasileiro, do cineasta Miguel Faria Jr. Ele também fez o documentário sobre Vinícius de Moraes. Gostei muito da forma que conduz o roteiro, colhendo depoimentos e reflexões do compositor. Mesmo que você não seja um fã ou mesmo ouvinte das músicas de Chico é possível se interessar pela história de sua personalidade multifacetada. Ali, podemos ver a influência que Chico recebeu do pai historiador e sociólogo, seu ingresso no mundo da Literatura, o poliglotismo.

O fato do próprio Chico falar de si e das situações vividas, traz um tom autorreflexivo interessante, uma vez em que se encontra num momento de vida onde há um alargamento da memória, possibilitando ver os fatos com olhar diferenciado em relação a mente juvenil. Aliás, a memória e o resgate do passado são fios condutores da narrativa. O filme se inicia com um pensamento sobre memória e imaginação, onde uma coisa se confunde com a outra. Noutro momento, traz a história de um irmão alemão desconhecido que será retomada. Tal situação é contada ao modo de um puzzle, a partir de pistas que surgem e vão conduzindo ao desvelamento final.

Depois, sai-se com a vontade de assistir a outros documentários nesse estilo. Procurei por Tom Jobim, mas o que existe A Música Segundo Tom Jobim parece ter o foco exclusivamente na música.

domingo, 21 de agosto de 2016

Memória musical antiga

É interessante aprofundar a pesquisa da memória. Asa Morena, da cantora Zizi Possi, foi uma das primeiras músicas que me recordo ter ouvido, nessa vida intrafísica. Era de manhã, estava no quarto dos meus pais, na casa da vila militar, em Campo Grande, e a canção tocou no rádio. Certamente, ouvi muitas outras músicas antes, mas o que me fez, naquele momento, despertar a atenção de tal modo que me foi possível gravar tal registro na memória?

Claro que naquela ocasião não sabia o nome da música, mas tinha a memória da melodia e, muito tempo depois, quando a ouvi no rádio me foi possivel identificar imediatamente.

sábado, 20 de agosto de 2016

Cinema. Memórias.

Comecei a ir no cinema ainda criança, em Resende. Meu avô conhecia o dono do cinema Odeon e, por isso, tínhamos uma cortesia de entrar sem pagar. O senhor que trabalhava na roleta pegando os tikets, o Nadinho, já nos conhecia. Alguns filmes que vi ainda criança: Orca; Scanners; Superman; Deu a Louca no Mundo; dentre outros.

No início, tinha dificuldade em acompanhar as legendas e perdia várias partes do texto. Com o tempo, o cérebro vai desenvolvendo a agilidade de leitura. Hoje em dia, a maioria dos filmes estrangeiros são dublados. Acho um retrocesso cultural, pois há uma acomodação cognitiva.

Penso que o fato de começar a frequentar o cinema, cedo, me ajudou na minha formação intelectual.

Naquela época, se você gostasse de um filme podia dobrar a sessão. Hoje, os cinemas são vistoriados e você precisa deixar a sala. Teve filme que assisti várias vezes. Não havia internet e nem facilidade de assistir a um filme a qualquer hora.

Um filme que dobramos a sessão foi Um Lobisomem Americano em Londres. Ao final, quando sobem os créditos, contrastando o clima tenso, entra a música Blue Moon ("The Marcels") e começamos a dançar. Foi um momento divertido.

Lembro das primeiras locadoras de filmes em VHS. No Leblon havia o Vídeo Clube do Brasil que você entrava de sócio e tinha direito a pegar alguns filmes. As sinopses eram disponibilizadas em cartões em painéis separados por gêneros. Você levava os cartões para o balcão e eles te entregavam os VHS. Não haviam capas ou cartazes.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Star Wars

Quando era criança assisti ao filme O Império Contra Ataca, no cinema, com meu avô e meu irmão, em Campinas (SP). Naquela época os cinemas colocavam diversos cartões com fotografias das cenas dos filmes, em murais nas paredes. Logo me chamou a atenção a foto de um Tauntaun com Luke Skywalker porque aquele parecia um dinossauro.
Lembro que perguntei, mais de uma vez, para o meu avô o nome do filme e não conseguia entender.
Gostei muito do filme porque algumas cenas tiveram um forte impacto sobre minha mente. Por exemplo: o personagem Luke pendurado no gelo e usando a força (energia consciencial) para puxar o lightsaber da neve; o treinamento com Yoda no planeta Dagobah; a visão da "Cidade das Nuves" (Cloud City), onde vivia Lando Calrissian.


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Bach

Um amigo da Escola me emprestou um livro sobre Bach  (O Menino da Turíngia) e uma fita cassete dos Concertos de Brandenburgo que eram da sua avó. Li que Bach era um grande organista e compositor prolífico. Quis aprender a Toccata em ré menor. (Não cheguei a aprender a Fuga). Havia uma ótima versão orquestrada dessa música no filme Fantasia da Disney. Gravei um documentário sobre Bach da TV. Gostava da foto do órgão que Bach havia tocado da Enciclopédia Universo. Tinha alguns LPs com música de Bach para órgão: um deles era Obras para órgão (Elisa Freixo). Li que Swedenborg gostava de ouvir Bach.
Desenho à lápis.

Desenho.

Livro infantil.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Cibernética.

Dizem que homens gostam de máquinas mais do que as mulheres. Não sei dizer se isso é verdade. Desde criança gostava de tecnologia e maquinários. Se fosse depender da memória não lembraria disso com clareza, mas esse desenho foi a prova. Por isso, a importância dos registros pessoais. 
No primeiro quadro há a ideia de botões e controle (Cibernética); abaixo há alguns relógios que sugerem uma time machine; ao lado duas pistas sugerindo distância e um robô e sua pegada.

Desenho.

A "brincadeira do copo"

Comprei um livro de uma coleção As Ciências Proibidas que vinha com tabuleiro de Ouija, ou popularmente, a "brincadeira do copo". Descemos para o playground para ver se funcionava. No salão de festas juntou uma dezena de adolescentes. Luz apagada, vela. O copo começou a andar. Queria saber se ninguém trapaceava e pedia para levantarem o dedo. Parece que, de fato, funcionou. Depois, resolvi quebrar o copo de vidro que era da cozinha de casa. Jogamos aquele copo do 17 andar e vimos e ouvimos ele quicar! Descrente das nossas percepções, descemos (estava com meu irmão e um amigo) e achamos o copo intacto.

Livro da coleção.
Essa coleção (da ilustração) foi lançada nas bancas de jornais e me chamou atenção. Porém, os temas "sobrenaturais" não eram tratados com isenção. A começar com a palavra "Proibidas" no título, havia uma conotação de sensacionalismo que apelava, em vários momentos, para a um clima de alerta do tipo: "fiquem longe disso". A ilustração da capa e as internas também seguiam esse mesmo padrão.

Amadeus

Em 1985 assisti ao filme Amadeus num cinema do Rio. À noite, sonhei com ópera de Mozart. Comecei a gostar de música clássica, aprender teclado, a ler tudo sobre Mozart, e a desenhar compositores. Naquela época não tinha internet, então as fontes eram as Enciclopédias, revistas, jornais. Comecei a colecionar imagens do compositor austríaco. A trilha sonora do filme, um LP duplo cheio de fotografias e textos, era uma viagem sonora a Europa do século 18. Sinfonias, concertos para piano, arias, óperas, requiem. Ali, comecei a compreender o universo da música erudita.
A Sinfonia n. 25 com aquela atmosfera de tensão; a música cigana (Bubak e Hungaricus); a expressiva Serenata para Sopros.

Os encartes dos LPs também eram fonte de leitura, o que desapareceu com o CD e as outras mídias.

Desenho.

A Busca do Sentido (Leminski)

"O sentido, acho, é a entidade mais misteriosa do universo.
Relação, não coisa, entre a consciência, a vivência e as coisas e os eventos.
O sentido dos gestos. O sentido dos produtos. O sentido do ato de existir.
Me recuso a viver num mundo sem sentido.
Estes anseios/ensaios são incursões conceptuais em busca do sentido.
Pois isso é próprio da natureza do sentido: ele não existe nas coisas, tem que ser buscado, numa busca que é sua própria fundação.
Só buscar o sentido faz, realmente, sentido.
Tirando isso, não tem sentido".
(Paulo Leminski)

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Radicalismo nas mudanças

É preciso cautela com radicalismos a fim de evitar futuros arrependimentos. Necessidade de "virar a mesa", mudar a vida, podem fazer a pessoa querer mudar tudo de uma hora para outra. O importante é usar o discernimento nas atitudes. Lembro de algumas atitudes que tive no embalo das mudanças pessoais que me arrependi. Uma delas foi ter jogado fora um álbum que havia organizado com várias imagens de Mozart que coletei ao longo de leituras de revistas e encartes de LPs. 


Dicionário

Recomendo o Dicionário de Psicologia, de Henri Piéron. Encontrei no sebo por R$ 5,00 porque estava um pouco deteriorado. O bom dele é a abrangência dos verbetes.

Lidando com a morte

Na prática dos atendimentos um dos fatores causadores de sofrimento nas pessoas é morte biológica. Principalmente, quando houve a perda de algum parente próximo onde havia forte conexão afetiva. A ruptura inesperada da ligação afetiva pode gerar grande desequilíbrio na personalidade. Dependendo do nível de conflito psicológico o indivíduo pode perder o interesse na própria vida. 

Neste caso, a tarefa do psicoterapeuta é a utilização de recursos técnicos a fim de reestabelecer o equilíbrio do paciente. Para tal efeito é necessário, em primeiro lugar, o estabelecimento da empatia que possibilitará o desenvolvimento da intersubjetividade terapêutica. No manejo com a questão da morte a experiência do terapeuta é muito importante.


Filmes sem conclusão

Outro dia assisti a um filme daqueles que "acabam mas não terminam". Ou seja, a estória chega ao final e não há um desfecho, uma c...