Na época de Leonardo da Vinci, no período do Renascimento, havia uma valorização da cultura geral, do conhecimento universal. Haviam as pessoas eruditas, de amplos interesses, em uma abordagem universalista do saber.
Atualmente, vivemos a "era dos especialistas", do conhecimento específico em determinados assuntos. Se, por um lado, essa tendência é compreensível: afinal, quando vamos a um médico(a) preferimos o(a) conhecedor especialista num problema ao generalista que pode não ter muita certeza.
Por outro lado, a supervalorização do especialismo pode gerar uma acomodação na medida em que abdicamos de uma postura mais ativa (autodidata, "semprestudante") em relação ao conhecimento.
Desse modo, podemos ter a falsa impressão de que o mundo é um local onde tudo já foi "descoberto", tudo já é bem conhecido, bastando para isso recorrer aos especialistas. Se tal condição pode ser verdadeira para alguns casos, em relação a temas mais controvertidos e complexos pode constituir mero escapismo ou transferência de responsabilidade intelectual.