quarta-feira, 20 de março de 2013

Medicamentos e autorreflexão

Nos atendimentos psicológicos quando a pessoa relata ansiedade é muito comum a ocorrência associada de insônia. E mais comum ainda a recorrência aos tranquilizantes tarja preta (benzodiazepínicos) para garantir o sono. Porém, até que ponto esta é a melhor solução? Querer resolver os problemas psicológicos a partir de agentes químicos é tentador, afinal este encontra-se ao alcance de um comprimido. Mas é muito importante estarmos atentos para questões "abstratas" que transcendem a neuroquímica. Por exemplo:

1) Tenho objetivos na minha vida? Quais são eles?
2) Quais tarefas me deixam motivado?
3) Consigo ficar bem durante algum tempo sozinho?

São questões simples e ainda esquecidas na correria de muitos atendimentos. E qual relação entre objetivos, motivação e capacidade de ficar só com a insônia? Vamos analisar cada item.

Não é incomum encontrarmos pessoas naquela vida robotizada onde há grande automatismo dos comportamentos e pouco tempo para reflexão pessoal. Então, o "sentido" da vida passa a ser o próprio trabalho onde não há tempo para o lazer, para a higiene mental nem para o desenvolvimento intelectual.

É compreensível que este indivíduo, ao despertar à noite, fique desorientado sem saber o que fazer distante do frenesi e do agito do dia-a-dia.
Está fora do lugar de trabalho e as pessoas, da qual não raro mantém relação de dependência emocional, estão dormindo. É o momento onde o indivíduo se depara com sua própria consciência. Talvez este seja o motivo que assuste muitas pessoas. Mas, por este mesmo motivo, pode ser um momento adequado para colocar as ideias em dia e exercitar a autorreflexão. Afinal, qual o melhor momento para trabalhar com o intelecto do que no silêncio da madrugada?

Filmes sem conclusão

Outro dia assisti a um filme daqueles que "acabam mas não terminam". Ou seja, a estória chega ao final e não há um desfecho, uma c...