quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Binômio passado-presente

Ninguém avança sem "fazer as pazes" com o próprio passado. Quando olhamos uma fotografia vemos a síntese da nossa experiência em uma determinada época. Se tivemos uma boa experiência as lembranças serão agradáveis. Se houve algum trauma poderá surgir um sentimento de evitação em relação aquela época. Neste caso, não houve ainda a metabolização emocional de alguma experiência. 

A rigor, todo passado está presente, pois somos a síntese das nossas experiências.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Compaixão e Racionalidade

A compaixão é um afeto que, paradoxalmente, pode levar à irracionalidade. Até para ajudar alguém precisamos ter critérios. Quem nunca, na intenção de ajudar alguém, acabou de certa forma, se prejudicando?

É preciso entender que, na prática, nem sempre é simples diferenciar quando estamos agindo com racionalidade ou de modo impulsivo e irracional. A impulsividade pode vir disfarçada de uma "urgência", uma necessidade de "não perder a oportunidade". 

O complicado é que pode haver uma urgência e um senso de oportunidade que é bem racional e alinhado a decisão correta. Por isso, o senso de urgência em si pode ser positivo ou negativo, dependendo do contexto e das consequências da ação. Num exame de consciência, quem já tomou uma decisão certa ou errada sabe o que fez. Mesmo quando outras pessoas lhe diziam o contrário. 

Expandindo para um enfoque da multidimensionalidade, seria possível que um determinado senso de urgência tenha influência de consciexes Amparadoras, lúcidas? E outro senso de urgência, seja patrocinado através de consciexes assediadoras com a intenção de prejudicar determinada conscin? Neste caso, como diferenciar as duas situações? Não me vêm outra resposta senão ampliar o detalhismo na análise da sinalética energética-parapsíquica.

Desse modo, uma ideia insistente, recorrente, carregada de ansiedade, pela lógica, não seria patrocinada por um Amparador. Por isso, é importante evitarmos tomar decisões mais sérias quando estamos ansiosos ou "no meio do terremoto".  

A sensação de urgência, de que precisamos tomar uma decisão rápida pode ser efeito da atmosfera ansiogênica patrocinada por assediador extrafísico.

É claro que a sugestão mental de uma consciex só encontra receptáculo se há uma predisposição mental da conscin. É preciso haver uma certa afinidade pensênica entre a conscin e a consciex para haver o link energético, a instalação e a repetição de determinada ideia. Quando a conscin alcança um padrão de ortopensenidade, muito diferente das consciexes assediadoras ela torna-se desperta (desassediada permanente total). Há um momento, na evolução, que a conscin não sofre mais assédios inconscientes. Porém, para alcançar tal condição é preciso, antes, entender bem o seu próprio modus operandi, sua forma de pensar, sentir e agir.
possível uma consciex usar uma conscin para desestabilizar outra conscin? 

Esta é uma suposição lógica. Se admitimos a hipótese de consciexes que conhecem os nossos pontos fracos (trafares) elas podem utilizar outra conscin e fazer o assédio por tabela. "Assédio" deve ser entendido de modo amplo, de qualquer ação nociva ao indivíduo. Neste caso, são consciexes assediadoras que agem sem cosmoética, dentro do contexto da interprisão grupocármica.

Algumas pessoas evitam pensar na multidimensionalidade de acordo com a Teoria da Ignorância Racional, de Anthony Downs. Este conceito diz que escolhemos permanecer ignorantes em certos assuntos quando o prejuízo de tais informações se tornam maiores do que os benefícios. Neste caso, algumas pessoas preferem deixar tais assuntos de lado a fim de concentrarem-se no pragmatismo do cotidiano.

*Quem defende o relativismo não aceita a ideia de uma decisão certa e outra errada. Desse ponto de vista, "tudo é válido", pois tudo é fonte de aprendizado. É fato que até uma ação errada pode ensinar o indivíduo, porém, a ação correta pode ensinar mais ainda. Perde-se menos tempo e energia acertando do que errando.


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Bloqueio intelectual

Talvez um dos sentimentos mais bloqueadores da prática da escrita e da produção intelectual de forma geral seja uma autocrítica exagerada, muitas vezes, acompanhada pelo pensamento de pessoas julgando negativamente suas ideias. Tal "imaginação", em geral, tem origem em alguma experiência passada.

É fato que existem pessoas internamente mal resolvidas que "inconscientemente" projetam suas insatisfações e frustrações nas criações dos outros. Um exemplo, são os haters imaturos que encontram satisfação malévola denegrindo quem está expondo o seu trabalho. Felizmente, também existem muitas pessoas sensibilizam-se e incentivam o esforço alheio.

Se a pessoa têm muita dificuldade com as críticas ela deve procurar superar tal condição. Alguns psicólogos(as) criticam o uso dos "deves" (shoulds) porque entendem que tal condição exerce uma pressão negativa sobre o indivíduo. Aqui, a ideia é de ressaltar a importância de se tomar uma atitude consciente a fim de superar um comportamento causador de prejuízo. 
A propósito, não é o psicólogo ou terapeuta que deve dizer para a pessoa que uma atitude está ou não lhe prejudicando. O ideal é que ela própria chegue a tal conclusão, a partir da autocrítica.

Autocrítica é outra palavra que precisa ser melhor compreendida... 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Dificuldade de explicação

Se há mil anos você falasse pra um sujeito que, no futuro, ele poderá escrever um texto e enviá-lo imediatamente para alguém do outro lado do planeta, ele(a) provavelmente pensaria que você está "viajando na maionese". Tal feito tornou-se possível devido a uma associação de descobertas e tecnologias, incluindo a eletricidade, a eletrônica, a microinformática e a internet.

Seria muito difícil explicar para alguém do passado o conceito de internet. Seria preciso primeiro nosso interlocutor visualizar um computador. Se levássemos um notebook ao passado seria considerado um objeto completamente fora do padrão. Um objeto retangular capaz de "produzir" luminosidade própria, textos e imagens.

Para compreendermos uma realidade precisamos ter um sistema de referências adequado ou aproximado aquele contexto.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Estados alterados de consciência

No livro Transpersonal Psychologies, publicado em 1972, Charles Tart aborda a importância da pesquisa dos Estados alterados da consciência para se compreender o psiquismo.

Durante todo o curso de Psicologia não me recordo de ter ouvido uma vez sobre tal assunto. Lembro que, certa vez, ao indagar um professor sobre a opinião dele sobre as pesquisas da Parapsicologia ele simplesmente disse que "não existiam". Ficou claro que ele não entendia nada a respeito.



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Decaimento da autocrítica

A autocrítica é um atributo importante para o desenvolvimento da personalidade humana. Na biografia de Peter Longerich sobre Goebbels, ministro da propaganda nazista, o autor destaca o decaimento da autocrítica nos diários do político: "Se as passagens autocríticas são a parte mais interessante dos primeiros diários, a ausência quase completa de autocrítica nos últimos volumes talvez seja o que mais chama atenção". (Ed. Objetiva; p.19).

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

"Eu, Daniel Blake" (Crítica)

O que há de errado com Eu, Daniel Blake? Uma das respostas pode estar na pergunta: "Para quê serve um filme?" Retratar a realidade ou transcendê-la? Se você prefere a primeira opção talvez tenha gostado do filme. A meu ver, a limitação dele está justamente em retratar a realidade mas não superá-la, em apontar a patologia social (a burocracia) e não mostrar alternativas ou soluções. Há uma incompletude, neste sentido.

O personagem, em alguns momentos, tenta burlar e transcender a patologia mas sem êxito. O filme direciona sua crítica para o sistema social burocrático. Isso fica evidente pela forma "zumbificada" dos personagens burocráticos retratados.

Há decerto, ao menos, duas situações que merecem destaque:

1) quando Blake se levanta no departamento do governo para reclamar do descaso em relação à mãe solteira, Katie;

2) quando Daniel, já saturado do empurra-empurra burocrático, parte para um protesto gráfico

Porém, ambas as tentativas de superar a patologia não têm êxito e a mensagem final é pessimista: "o sistema é esse mesmo, não adianta lutar contra ele que tudo continuará igual". Faltou: ressaltar a condição do inconformismo social sadio, o pensar out-of-box; sair da crítica social e entrar na autocrítica. É sempre relevante pensar: "O quê uma consciência mais lúcida faria nesta condição?".

Faz pensar que alguns autores são bons para contar uma estória, mas não tem habilidade (vontade?) para solucioná-la. Ou seria falta de mais ousadia para sair do conformismo? A impressão é que o filme bate asas mas não voa.

Podemos fazer a pergunta: um filme deve apenas conformar-se com o real ou transcendê-lo? Se a intenção é levantar um problema, trazer uma situação para o debate já terá sido válido. Mas, particularmente, gosto de sair do cinema com aquele sentimento positivo de ascenção onde um problema, uma situação insatisfatória foi desvelada e depois superada.


Análise psicológica do personagem

Outro dia assisti ao filme São Paulo: Sociedade Anônima disponível em uma plataforma de streaming. Se trata de um drama lançado em 1965, em...