Foz, 30 de maio de 2024.
Passei aqui pra dar uma olhada. Fiz algumas alterações em dois textos.
Foz, 30 de maio de 2024.
Passei aqui pra dar uma olhada. Fiz algumas alterações em dois textos.
Outro dia assisti a um filme daqueles que "acabam mas não terminam". Ou seja, a estória chega ao final e não há um desfecho, uma conclusão. A impressão que fica é: todos os esforços dos personagens acabam em vão. Ao final, a sensação de exaltação da irracionalidade, da ausência de sentido, da decadência e da patologia. Por quê essa escolha do diretor?
Em Musicologia existe aquele acorde dissonante à espera de outro para a resolução. Esse acorde pode surgir, em certos momentos, para representar um impasse, uma "crise" na melodia. Porém, depois de algum tempo, é necessário um fechamento harmônico. O filme em questão me lembrou aquele acorde dissonante irresoluto.
Sempre fiquei curioso: por quê alguém conduz um roteiro, com liberdade criativa, escolhe apresentar o pior? Por quê não ressaltar o positivo, o sadio, a melhoria, a edificação e a capacidade de resolução?
Apenas "voar, voar e não pousar" não é o ideal.
No final da década de 80 passei as férias na casa dos meus tios que naquela época estava morando em Assunção, no Paraguai. Na casa onde eles estavam havia um quarto redondo e espaçoso que ficava no segundo andar. Ficamos hospedados lá eu, meu irmão e meu avô R.
Diziam que lá, antes, fora usado por um pintor. A energia de ambientes circulares é diferente daqueles caixotes. Quem já teve essa experiência pode comprovar por si mesmo.
O filme australiano O Desconhecido ("The Stranger"/2022) retratata a infiltração cosmoética para o desvendamento de um crime.
A atual ocorrência do Dalai Lama mostra o quanto a sublimação afetivo-sexual de algumas doutrinas religiosas são perigosas. De que adianta ser considerado "líder espiritual" se a pessoa chega na quarta idade com fissuras na afetividade? A repressão começa a vazar por algum lado. E os alvos geralmente são as crianças que não tem capacidade de crítica nem autodefesa.
Conforme já dizia um professor: "não adianta querer ser santo antes da hora". Noutras palavras: não resolve apenas querer mostrar-se evoluído. A auto-evolução exige muito esforço e a correção de falhas e aspectos ainda pouco desenvolvidos da personalidade. Neste sentido, a pessoa precisa identificar quais aqueles pontos negligenciados e que precisam ser atendidos.
Às vezes, temos aquela sensação de estarmos "acelerados", afobados e ansiosos; E parece que precisamos tomar uma decisão crítica, sem tempo para avaliar e pensar com calma. Em primeiro lugar é importante lembrarmos não é um problema do tempo, mas de atitude diante das situações. Quando estamos ansiosos o tempo parece voar porque não conseguimos ponderar e usar a capacidade reflexiva.
É preciso muito cuidado e cautela nesses momentos. E o principal motivo é evitarmos a tomada de decisões mal pensadas que possam gerar a perda de oportunidades e arrependimento posterior.
Na teoria parece muito simples mas, na prática, as decisões podem tornar-se mais complexas devido o envolvimento de outras pessoas. Quando existem outras pessoas em jogo já não é uma decisão completamente pessoal mas interpessoal ou mesmo grupal.
O ansiosismo é o contrário da maturidade psicológica. Com a maturidade a pessoa torna-se mais ponderada e menos afobada. Tal condição começa pela decisão pessoal: prefiro a vida impulsiva ou reflexiva?
Meu avô R. era advogado, na cidade de Resende (RJ), e valorizava a cultura geral. Em seu escritório havia uma biblioteca com enciclopédias, romances, uma coleção de selos (Filatelia) e notas. Também havia uma coleção de discos (LPs) de música erudita (Grandes Compositores da Música Universal).
Em 1975 ele teve uma parada cardíaca e foi levado às pressas para o hospital. Felizmente, conseguiu se recuperar. Quando criança lembro dele contar que, durante a ocorrência relatada, se viu caminhando em “um local muito bonito, cheio de árvores”.
Naquela época não tinha o conhecimento técnico, mas ele descrevia uma EQM (experiência de quase-morte) clássica. Este fenômeno é uma projeção da consciência, durante uma situação traumática, para outra dimensão ou ambiente extrafísico, com o retorno posterior ao corpo biológico, podendo trazer as rememorações da experiência. Neste caso, ele lembrava da natureza e do sentimento de bem-estar.
Outro dia assisti ao filme São Paulo: Sociedade Anônima disponível em uma plataforma de streaming. Se trata de um drama lançado em 1965, em...