quarta-feira, 20 de março de 2013

Medicamentos e autorreflexão

Nos atendimentos psicológicos quando a pessoa relata ansiedade é muito comum a ocorrência associada de insônia. E mais comum ainda a recorrência aos tranquilizantes tarja preta (benzodiazepínicos) para garantir o sono. Porém, até que ponto esta é a melhor solução? Querer resolver os problemas psicológicos a partir de agentes químicos é tentador, afinal este encontra-se ao alcance de um comprimido. Mas é muito importante estarmos atentos para questões "abstratas" que transcendem a neuroquímica. Por exemplo:

1) Tenho objetivos na minha vida? Quais são eles?
2) Quais tarefas me deixam motivado?
3) Consigo ficar bem durante algum tempo sozinho?

São questões simples e ainda esquecidas na correria de muitos atendimentos. E qual relação entre objetivos, motivação e capacidade de ficar só com a insônia? Vamos analisar cada item.

Não é incomum encontrarmos pessoas naquela vida robotizada onde há grande automatismo dos comportamentos e pouco tempo para reflexão pessoal. Então, o "sentido" da vida passa a ser o próprio trabalho onde não há tempo para o lazer, para a higiene mental nem para o desenvolvimento intelectual.

É compreensível que este indivíduo, ao despertar à noite, fique desorientado sem saber o que fazer distante do frenesi e do agito do dia-a-dia.
Está fora do lugar de trabalho e as pessoas, da qual não raro mantém relação de dependência emocional, estão dormindo. É o momento onde o indivíduo se depara com sua própria consciência. Talvez este seja o motivo que assuste muitas pessoas. Mas, por este mesmo motivo, pode ser um momento adequado para colocar as ideias em dia e exercitar a autorreflexão. Afinal, qual o melhor momento para trabalhar com o intelecto do que no silêncio da madrugada?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Viktor Frankl

O livro Ante el Vacio Existencial ("Das Leiden am sinnlosen Leben"), de Viktor Frankl é muito bom. Tenho esse exemplar há muitos anos, adquirido numa viagem à Buenos Aires.


Livros e sebos

Há uns dias fiquei com saudade de ler Jung e comprei o livro Educação e Psicologia, que não tinha ouvido falar. Estou aguardando chegar pelo correio.

Outra recente aquisição foi o livro Psicologia da Criatividade. Tinha esse material em xerox, mas já estava muito marcado e achei melhor comprar o livro.

Hoje entrei no site Estante Virtual procurando o livro Personalidade (Allport). Por sorte, encontrei-o no Sebo Cultural Foz. Aproveitei o horário do almoço para ir buscá-lo. Nada melhor que encontrar o livro que procura a um preço acessível.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Palestra: Marcia Tiburi

Na quarta-feira, dia 09 de maio, a escritora e filósofa Marcia Tiburi apresentou palestra na Feira do Livro, em Foz do Iguaçu. Ela disse que descobriu a Filosofia aos 13 anos e gostava de ler coisas complicadas. Ficou fascinada ao descobrir a Filosofia do séc. 19 (Nietzsche; Kierkegaard; Marx).

A seguir algumas ideias desta autora:

“Poucas pessoas tem a disciplina para escrever um livro. Tem que ser meio herói, porque não se ganha dinheiro"; 
"A questão do intelecto é muito mais reprimida do que a questão sexual";
"Quem se torna livre não aceita qualquer coisa";
"As famílias só se preocupam se as mulheres vão se casar com um bom partido e ter filhos. Histórica e culturalmente esperam das mulheres que elas se casem logo e tenham filhos";
"Os publicitários que vendem cerveja pensam que as pessoas são otárias. Vendem a ideia de que mulher é fácil, é só pegar e levar pra casa";

Livros: "A Filosofia Brincante"; "Filosofia em Comum"; "Filosofia Pop"; "Olho de Vidro" (sobre a TV).

sábado, 2 de abril de 2011

Agressão às crianças

Não é a primeira vez que observo pessoas defendendo o destrato ou agressão à crianças. Há alguns dias houve um caso onde um coordenador de uma Escola, num gesto suspeito de tendência pedófila obrigou os alunos de 11 anos a tirarem a roupa porque havia desaparecido o vale-transporte de uma professora. Hoje (10/11), a notícia se refere a uma professora de 62 anos que agrediu 3 alunos de 8 anos com socos e empurrões.

Como se não bastasse o absurdo da situação, precisamos ainda nos deparar com leitores defendendo a professora com o lero-lero de sempre: “baixo salário”, “estresse acumulado”, “os alunos de hoje não respeitam mais ninguém”. Tudo isso para justificar a agressão a crianças que não têm condições físicas nem psicológicas de se defender.

É claro que o exercício da docência não é uma tarefa fácil. Mas quem escolhe uma profissão deve estar ciente das suas dificuldades. Portanto, um professor(a) deve se preparar para conviver com o estresse antes de entrar em sala de aula. Para isso, deve estar atento a carga horária de sono, alimentação equilibrada, afetividade, vida social, dentre outras.

Que muitos de nós temos a capacidade de identificação com os erros alheios e até justificá-los é um fato. O problema é quando tal atitude se transforma num hábito de acobertamento onde, por má intenção, não distinguimos mais entre a conduta positiva (sadia) e a errada (doentia). Assim, para tudo de errado que acontece sempre existe uma justificativa: estresse, baixo salário, dentre outros. Dessa forma, entramos numa armadilha mental onde tudo é relativizado e justificado. Pergunta: onde fica o sentido de responsabilidade individual, então?

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(Comentário publicado no site do jornal O Globo, em 10/11/10)

Referências:

http://oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2010/11/10/professora-acusada-de-dar-soco-na-boca-de-aluno-de-8-anos-em-sp-922992738.asp
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/10/28/coordenador-de-escola-obriga-alunos-tirar-roupa-apos-sumico-de-cartao-de-transporte-no-espirito-santo-922895026.asp

Filmes sem conclusão

Outro dia assisti a um filme daqueles que "acabam mas não terminam". Ou seja, a estória chega ao final e não há um desfecho, uma c...