sábado, 26 de outubro de 2013

Orientação para o estudo

Nem todos que agendam consulta psicológica nas unidades de saúde têm necessidade de fazer psicoterapia no sentido tradicional. Às vezes, a pessoa é atendida uma única vez e a terapia se faz naquele breve encontro. Pensando no aspecto psicológico, não é tanto o tempo que produz o efeito psicoterapêutico mas a eficácia e profundidade do atendimento. Neste sentido, a consulta psicológica é também um trabalho de orientação e esclarecimento.

Num dos bairros onde trabalho há muita demanda de atendimento de crianças e adolescentes com dificuldades na Escola. A queixa é, quase sempre, má-conduta e comportamento indisciplinado. Não querem estudar nem fazer as lições, desvalorizando os estudos. Nestes casos, quase sempre a criança ou adolescente chega à consulta em companhia da mãe ou pai. É importante que seja assim, pois nos atendimentos descobrimos que, nem sempre, há bons exemplos familiares em relação a valorização dos estudos. Portanto, esse trabalho precisa ser desenvolvido com os responsáveis a fim de produzir a mudança necessária.

Neste caso, a intervenção técnica utilizada é a autoconscientização da importância do estudo. 

A abordagem segue mais ou menos na seguinte linha: "ninguém é obrigado a estudar, mas o estudo irá facilitar a vida, abrir as portas, você terá condições de escolher uma profissão melhor, fazer uma faculdade, ganhar mais dinheiro...". Tal discurso pode parecer simplista para determinado público, no entanto, ainda existem muitas pessoas com muita carência de informações.

A segunda técnica é a autoconscientização cronológica. O procedimento utilizado é: pergunta-se a idade (em geral, são adolescentes de 12 ou 13 anos) e calculamos em quanto tempo ele terá os 18 anos (a idade em que possivelmente começará a trabalhar).

A autoconscientização cronológica objetiva principalmente ampliar a reflexão do adolescente a respeito do aproveitamento de seu tempo livre e da oportunidade que tem no momento para estudar. Pode-se ainda ressaltar que mais tarde poderá ter mais dificuldade devido aos compromissos (trabalho, família).

Vale lembrar que nenhuma dessas técnicas objetiva convencer o paciente mas de argumentar e estimular o seu raciocínio.

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