sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Escola

Tenho boas lembranças do Stockler, colégio onde estudei da segunda até oitava série, na Gávea. Da biblioteca que ficava próxima à cantina, dos amigos de turma: R. me falando do livro Diário de um Mago do Paulo Coelho, de quando fomos na casa da sua avó ali na Marquês de São Vicente e ouvimos Bach (Concerto Brandenburgo) num minisystem da Aiko. Ali perto havia uma igreja aonde ía ver um órgão de tubos. R. chegou a tirar foto minha sentado com as mãos no teclado em pose de organista.

Nesta época estava na fase musical que começou após assistir ao filme Amadeus sobre a vida do compositor Mozart. Naquela noite, fiquei sonhando com ópera e teatro. Pouco tempo depois, enquanto passava férias na casa dos meus primos em Assunção (meu tio é militar e estava servindo lá), ganhei de aniversário um teclado. Comecei a ter aulas particulares com uma professora de orgão eletrônico.

Nesta Escola havia um colega, E., que gostava de desenhar e começou a tocar piano na mesma época quando comecei as aulas de teclado. Nossas conversas eram sobre desenhos, música clássica e diferenças entre piano e órgão. 

Lembro da aula de Matemática onde o professor vestia blusa comprida e bermudas no inverno pois dizia não sentir frio nas pernas.

Daí surgiu o gosto pela música erudita. Obviamente, meus desenhos eram sobre essa temática e lia tudo o que podia a respeito. Fiz um álbum com todas as ilustrações que encontrava sobre Mozart (naquela época não havia internet) que depois me desfiz num período mais radical.
Ali também conheci M. que também desenhava gostava de HQs (história em quadrinhos).

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Preconceito na entrevista

Todos sabemos que não devemos ter preconceitos. Porém, na prática, a situação às vezes é outra. Quando trabalhei na Penitenciária de Foz do Iguaçu uma das atribuições do(a) psicólogo(a) era entrevistar os detentos recém-chegados. Dentre as perguntas havia um questionário-padrão com a finalidade de compreender alguns traços da personalidade do ingressante no sistema penitenciário. Uma destas perguntas era: "O que você faz nas horas vagas?" (Essa pergunta pode parecer estranha mas lá eles têm atividades: aulas, oficinas, visitas, exercícios). Alguns presos, mais familiarizados com as "manhas" do sistema, costumam responder o que o entrevistado "quer" ouvir. Já sabem qual a resposta "correta" ou "errada" para o entrevistador. Então, diante da pergunta "O que você faz nas horas vagas?" muitos respondiam que gostavam de ler. Sem dúvida, existem detentos estudiosos mas alguns pareciam responder de forma mecânica e se convicção. A pergunta seguinte ("O quê você gosta de ler?") costumava trazer mais pistas sobre o grau de veracidade da resposta anterior. Quando a resposta era vaga do tipo "romance" já desconfiava que o interlocutor estava usando a "resposta-padrão". Numa certa ocasião, depois de algumas entrevistas, cometi o erro de antecipar a resposta:
- "E você gosta de ler o quê? Romance?".
- "Não, atualmente estou lendo Tom Jones e também sobre a ascenção e queda da família Médici. Você sabe que os Médici financiavam vários artistas..."

As enciclopédias

Das enciclopédias que tive contato na infância lembro principalmente das seguintes: Conhecer, Universo, Mirador e Barsa. Todas presentes na biblioteca do meu avô que era advogado de grande cultura.

Gostava muito da Conhecer com sua encadernação em vermelho bordô, algarismos romanos nos fascículos, com amplas ilustrações. Bem didática.

A Universo também era muito legal, capa azul escuro e com muitas fotografias. Esta ficou comigo durante muitos anos, até doá-la para a Holoteca em 2008.

A Mirador parecia mais séria, com muita informação mas não achava tão simpática quanto as outras. E a edição mais antiga da Barsa não tinha muitas ilustrações e todas sem cor.

O mais interessante das enciclopédias, ao meu ver, é a abordagem panorâmica e a cosmovisão sobre assuntos os mais diversos. Sem dúvida, um invento fascinante para a expansão da cognição.

Depois, com a internet, parece que muita gente perdeu o hábito de consultar as enciclopédias em papel.

Primeiro trabalho

Meu primeiro trabalho remunerado na Psicologia foi na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu, em 2003. E esta estória começou quando fazia atendimentos voluntários no Poliambulatório Nossa Senhora da Aparecida. Numa das reuniões com a equipe um representante do Conselho Comunitário do Fórum, L. apareceu dizendo que precisava de um(a) psicólogo(a) para ministrar uma palestra aos egressos (ex-presos recém libertados). Se não me engano a reunião era numa segunda-feira e a palestra seria na próxima quarta. Ninguém se habilitou e me incentivaram, então topei a parada. Era pouco tempo para preparar mas me senti confiante para aquela apresentação. Não lembro bem o que falei naquela ocasião, mas gostei da experiência, pois me senti muito inspirado. E o pessoal parece ter gostado pois me convidaram para uma segunda palestra. Desta vez, o diretor da Penitenciária estava presente com a psicóloga. Aquela apresentação, sem dúvida, abriu as portas, quando algum tempo depois fiquei sabendo que uma das psicólogas havia saído e estavam à procura de outro profissional.

A foto desta primeira apresentação no Fórum está aqui:



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Ficção científica - primeiros contatos

Na mesma época dos dinossauros assistia na TV aos seriados japoneses de monstros espaciais: Robô Gigante, Spectreman, Ultraman, dentre outros. Então, sempre gostei de seres diferentes e das ficções científicas. Estes também influenciaram muito os desenhos da época.

Lembro quando assisti ao filme O Império Contra-Ataca no cinema, em Campinas. Tinha uns 8 anos e o cartaz me chamou atenção, apesar de não compreender o significado do título. Quando aquela aventura espacial começou adorei ver aqueles deslocamentos interplanetários, onde num instante o personagem estava num local e logo em seguida noutro planeta com atmosfera bem diversa. E talvez uma cena impactante foi quando apareceu no telão a "Cidade das Nuvens" (Cloud City) que pareceu defasar minha imaginação (?). 



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Desenhos, dinossauros, livros

Nas lembranças mais antigas desta infância estava desenhando. Minha avó dizia que meus primeiros desenhos eram de relógios (que chamava de "moójo") mas não lembro desta época, nem guardo nenhum exemplar. Só lembro de um relógio do Mickey com braços de ponteiros que joguei no chão porque não queria comer cebola. Mas voltando aos desenhos, lembro dos dinossauros. Estes eram uma fascinação naquela época. Lia tudo a respeito, sabia os nomes, via mil vezes as mesmas imagens. Lembro do livrão em 2 volumes O Mundo em que Vivemos que havia na biblioteca do meu avô, em Resende. Gostava muito deste livro e das ilustrações dos períodos pré-históricos, da imagem do alossauro rajado se alimentando e do imponente tiranossauro cinza, de olhos vermelhos e braços minúsculos. Até que um dia aquela folha foi arrancada por alguém que nunca descobrimos. Outra coleção, com 5 volumes, que gostava muito se chamava Os Bichos. Lembro do cheiro de livro novo quando a ganhei.



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Bate-papo na Uniamérica

Há duas semanas fui convidado pela psicóloga Luciana Salvador para apresentar um bate-papo na aula de Políticas Públicas em Psicologia, na faculdade Uniamérica, sobre meu trabalho nas unidades de saúde, em Foz do Iguaçu. 

Reuni algumas anotações e ideias dos atendimentos e fui em frente. Não gosto de powerpoint, pois acho que inibe a interatividade e as inspirações, então levei tudo impresso no papel. 

Estava um pouco apreensivo pois não sabia como seria a receptividade, mas tanto a turma quanto a professora foram bem colaborativas e logo após a breve apresentação surgiram as perguntas.

Procurei enfatizar a prática dos atendimentos psicoterápicos, trazendo exemplos das experiências e técnicas criadas a partir da singularidade das situações.

Dois dias depois voltei para a mesma, exposição, desta vez, para a turma do período da manhã. Saí de lá muito satisfeito em poder compartilhar alguma experiência com aqueles estudantes.



Filmes sem conclusão

Outro dia assisti a um filme daqueles que "acabam mas não terminam". Ou seja, a estória chega ao final e não há um desfecho, uma c...